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Mpox: restrições de viagens teriam ‘impacto desnecessário’ nas economias

pandemia global de Mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos, trouxe à tona não apenas desafios de saúde pública, mas também uma série de dilemas econômicos e sociais. Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou contra a imposição de restrições de viagens e comércio para combater o surto da doença, destacando que tais medidas poderiam ter um “impacto desnecessário” nas economias locais, regionais e nacionais. Neste artigo, exploraremos as recomendações da OMS e o impacto das restrições de viagens nas economias afetadas, além de discutir a importância das estratégias de vacinação e colaboração internacional na contenção do surto.

Partículas do vírus da mpox vistas em microscópio eletrônico. — Foto: NIAID

O surto atual de Mpox recebeu recentemente o mais alto nível de alerta global pela OMS, destacando a gravidade da situação. Desde o início do surto em janeiro de 2023, a República Democrática do Congo (RDC) registrou mais de 27 mil casos e mais de 1.100 mortes, principalmente entre crianças. O vírus também se espalhou para países vizinhos, incluindo Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda, que agora enfrentam casos causados pelo clado 1b do MPXV, conhecido por ser mais grave.

A OMS tem trabalhado para gerenciar a crise de saúde pública, emitindo recomendações para os países afetados. Entre as orientações, a organização destacou a necessidade de evitar restrições generalizadas de viagens e comércio, que podem exacerbar o impacto econômico do surto.

Em sua declaração, a OMS argumentou que as restrições de viagens e comércio não são apenas desnecessárias, mas também prejudiciais para as economias locais e regionais. Segundo a organização, tais medidas podem interromper cadeias de suprimento, afetar negativamente o turismo e o comércio, e, em última instância, exacerbar as dificuldades econômicas dos países afetados.

A OMS enfatizou que, em vez de impor restrições, os países devem fortalecer a colaboração transfronteiriça para vigilância e gestão de casos suspeitos. Isso inclui a implementação de estratégias eficazes de comunicação e a troca de informações sobre a situação do surto, o que pode ajudar a conter a propagação da doença sem prejudicar economicamente as regiões afetadas.

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Imagem Ilustrativa

As restrições de viagens e comércio podem ter um impacto profundo nas economias, particularmente em países em desenvolvimento que já enfrentam desafios econômicos significativos. Para muitos países africanos, como os afetados pelo surto de Mpox, o turismo e o comércio são fontes vitais de receita. As restrições podem levar a uma queda na demanda por produtos locais e serviços turísticos, resultando em perdas financeiras substanciais.

Além disso, as restrições podem causar disrupções nas cadeias de suprimento globais, afetando não apenas as economias locais, mas também as economias globais interconectadas. Empresas que dependem de fornecimento de produtos ou serviços dos países afetados podem enfrentar atrasos e aumentos nos custos, o que pode se refletir em preços mais altos para os consumidores em outros locais.

O impacto econômico também se reflete em áreas como a saúde e a educação. Em muitos países, a receita gerada pelo turismo e comércio é reinvestida em serviços públicos essenciais. Com a redução da receita, pode haver uma diminuição no financiamento para cuidados de saúde, programas de vacinação e educação, exacerbando os problemas sociais existentes.

Diante da limitação de vacinas e do aumento de casos, a OMS recomendou a intensificação das campanhas de vacinação, especialmente em áreas com alta transmissão. A Bavarian Nordic, uma das principais fabricantes da vacina contra Mpox, solicitou recentemente a aprovação para usar seu imunizante em adolescentes, uma medida que poderia ajudar a combater a doença mais eficazmente.

A vacina Jynneos, também conhecida como Imvamune ou Imvanex, tem se mostrado eficaz em adultos e, recentemente, em adolescentes, conforme estudos preliminares. No entanto, a disponibilidade da vacina ainda é limitada, e as doses precisam ser priorizadas para regiões com maior incidência da doença. A RDC, por exemplo, deve receber uma quantidade adicional de vacinas na próxima semana, graças ao apoio dos EUA e do Japão.

A vacinação é uma ferramenta crucial para controlar a disseminação de Mpox, mas a distribuição eficaz das vacinas é um desafio contínuo. A coordenação entre organizações internacionais, governos locais e fabricantes de vacinas é essencial para garantir que as doses cheguem às áreas mais necessitadas e sejam utilizadas de forma a maximizar o impacto na saúde pública.

Medical professional administering a vaccine
Imagem Ilustrativa

A OMS recomenda que, em vez de restringir viagens e comércio, os países adotem medidas alternativas para gerenciar o surto. Isso inclui fortalecer a vigilância de saúde pública, melhorar as capacidades locais de resposta a surtos e garantir que informações precisas e oportunas sejam compartilhadas com o público e com os viajantes.

A colaboração internacional é fundamental para lidar com surtos globais como o de Mpox. Países e organizações devem trabalhar juntos para compartilhar dados sobre a doença, coordenar respostas de saúde pública e garantir a distribuição equitativa de vacinas e tratamentos. Além disso, é importante que os países mantenham canais abertos de comunicação e cooperação para evitar que medidas unilaterais prejudiquem a economia e a saúde global.

A experiência com o surto de Mpox também ressalta a importância de se preparar para futuras crises de saúde pública. Investir em infraestrutura de saúde, melhorar a capacidade de resposta a surtos e promover a colaboração internacional são passos essenciais para mitigar o impacto de doenças infecciosas e proteger as economias locais e globais.

O surto de Mpox e as recomendações da OMS destacam a complexidade dos desafios enfrentados na gestão de crises de saúde pública. Enquanto a proteção da saúde global é uma prioridade, é igualmente crucial considerar o impacto das medidas adotadas nas economias locais e regionais. Restrições de viagens e comércio podem ter consequências econômicas significativas e, muitas vezes, desproporcionais, especialmente para países já vulneráveis.

covid vaccine

A OMS aconselha uma abordagem mais equilibrada, que inclui fortalecer a colaboração internacional, intensificar a vacinação e melhorar a comunicação sobre a situação do surto. Ao adotar essas medidas, é possível proteger a saúde pública e, ao mesmo tempo, minimizar os impactos econômicos negativos.

À medida que enfrentamos os desafios impostos pelo surto de Mpox, a cooperação global e a implementação de estratégias eficazes serão fundamentais para controlar a doença e garantir a resiliência econômica e social dos países afetados.

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